Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, a partir dos números da RAIS, o RN possuía em dezembro de 2010 um total de 575.026 trabalhadores formais. Em relação a 2009 o estado registrou crescimento de 36.269 vagas, equivalente a uma variação relativa de 6,73%.
Os setores como maiores números de trabalhadores formais no estado são: administração pública (183.683), serviços (146.684) e comércio (102.291). Em termos de crescimento aqueles que registraram as maiores variações absolutas no ano passado foram: serviços (11.135), construção civil (9.842) e comércio (9.101). Relativamente a construção civil foi o setor que mais cresceu, com aumento de 34,33% no número de pessoas ocupadas.
Os dados mais interessantes da pesquisa RAIS aparecem, porém, quando começamos a abrir as informações à partir das características dos trabalhadores. Uma primeira informação que chama a atenção é o fato de que praticamente metade dos trabalhadores formais do estado possui ensino médio completo e/ou estão cursando ou já concluíram o ensino superior.
Esse número ganha maior significado quando verificamos que, segundo a PNAD de 2009, somente 33,61% das pessoas ocupadas no estado possuíam 11 anos ou mais de estudos (razoavelmente à equivalência do ensino médio concluído). Portanto, podemos dizer que os empregos formais tendem a ser ocupados por pessoas com maior nível de escolaridade, ficando a informalidade para aqueles segmentos com menos anos de estudos.
Entre as mulheres a fração das faixas mais escolarizadas na RAIS é ainda mais expressiva. Nada menos do 77% das mulheres ocupadas possuem pelo menos o ensino médio concluído. Além disso, os homens são maioria entre todas as faixas de escolarização, exceção para quem está estudando ou já concluiu o ensino superior. Entre essas faixas de trabalhadores as mulheres ocupam o maior número das vagas.
Esse cenário tende a se fortalecer ao longo do tempo. No ano passado, para os homens alfabetizados e com pelos menos até o 5º ano do ensino fundamental concluído, o mercado de trabalho foi negativo. Isso significa que mais pessoas foram demitidas com essa faixa de escolarização do que admitidas. Por outro lado, nas mulheres a faixa de escolaridade com saldo negativo se estende até o ensino fundamental completo.
Tem-se a impressão que as exigências de qualificação para as mulheres são superiores do que aquelas registradas para os homens. Para as primeiras o número de vagas abertas no ano passado ocupadas por quem estava estudando ou já tinha concluído o ensino superior foi equivalente à 50% do total das vagas. Já no caso dos homens esse percentual foi de apenas 22%.
Traduzindo isso com outras palavras: de cada duas vagas abertas para as mulheres 1 delas foi ocupada por quem estava estudando ou já tinha concluído um curso superior. No caso dos homens essa proporção ficou em 1 para cada 5 vagas ocupadas.
Apesar das maiores exigências de qualificação das mulheres e delas serem maioria entre os ocupados com maior escolaridade o salário das mulheres ainda é inferior ao dos homens. Todavia, como boa notícia podemos registrar que o salário delas vem crescendo a um ritmo praticamente duas vezes superior ao crescimento do salário masculino.
Retirado do Carta Potiguar
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