quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma crise de Estado e não apenas do Governo Rosalba Ciarlini




Diante de papeis assinados, leis publicadas e concursos realizados, o Estado (e não Rosalba) precisa respeitar a legalidade, sobretudo com segmentos do serviço público. Do contrário, precisará receber algumas aulas do sério "jogo do bicho," onde realmente vale o que está escrito.




Reproduzido do Blog do Carlos Santos


 A crise financeiro-administrativa do Estado do Rio Grande do Norte seria menor, caso o governador fosse Iberê Ferreira (PSB)? Essa é uma pergunta necessária, hoje.

É fácil perceber que até o momento, esse quadro tem sido discutido muito mais sob componentes políticos e interesses localizados, do que sob uma ótica racional e técnica. Sobra fervor passional.


Bem, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não quebrou ou levou o Estado à bancarrota em pouco mais de quatro meses. Mesmo se não tivesse qualquer experiência gerencial, na área pública, isso seria quase impossível.

Com Iberê reeleito, talvez a grande mudança no cenário fosse a essência do discurso, do álibi de defesa, que tentaria pelo menos explicar tamanha dificuldade. Lógico que Iberê não estaria olhando pelo "retrovisor", pois enxergaria o próprio rosto e, um pouquinho atrás, a face da ex-governadora Wilma de Faria (PSB), sua aliada.

O Estado deve movimentar mais de R$ 10 bilhões este ano, conforme orçamento aprovado na legislatura concluída ano passado na Assembleia Legislativa. Muitas das cobranças salariais e de contratações de pessoal derivam dos governos Iberê e Wilma, mas não caíram no colo de Rosalba num pouso forçado.

Ela não pode alegar desconhecimento de causa, que se diga.

Há conivência, apoio formal ou indireto, de boa parte da classe política que hoje resmunga, censura ou cobra zelo à coisa pública de antecessores recentes da governadora.

Diante de papeis assinados, leis publicadas e concursos realizados, o Estado (e não Rosalba) precisa respeitar a legalidade, sobretudo com segmentos do serviço público. Do contrário, precisará receber algumas aulas do sério "jogo do bicho," onde realmente vale o que está escrito.

De novo é fundamental que lembremos, que o Governo do Estado, apesar de ter novo agente público à sua frente, não é de Rosalba, como não era de Iberê ou Wilma. É, e precisa ser, impessoal. Rosalba vai passar, como passaram Iberê e Wilma.

Inaceitável que fuja às suas responsabilidades, em especial no atendimento a princípios que norteiam a atividade estatal, como a própria impessoalidade, moralidade administrativa, publicidade, eficiência e legalidade.

A crise não é da gestão de Rosalba Ciarlini, mas do Estado. Com ou sem ela com a mão à caneta, é importante que todos estejam envolvidos - com espírito desarmado e menos politicalha - à superação dos problemas.

Se o governo vai mal, ninguém aqui embaixo terá motivos à comemoração. Só os fantasmas do apocalipse vibram.

O desejo de terra arrasada só germina em meio aos estúpidos e inconsequentes.

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