sábado, 3 de julho de 2010

Dilma tem apoio de 25 prefeitos do PSDB

Fernando Taquari | Valor

CAMPINAS - Numa demonstração de força, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, recebeu hoje em Campinas, interior de São Paulo, o apoio de 117 prefeitos do estado. Apesar de contar com candidato próprio, o PSDB foi o partido que mais levou prefeitos ao evento, denominado de Movimento Pluripartidário de Prefeitos Pró-Dilma Rousseff. No total, compareceram 25 tucanos. O PT, partido da candidata, e o PMDB, do vice, levaram 22 prefeitos cada um.


Dilma ainda conseguiu agregar o apoio de mais 9 prefeitos do DEM e 8 do PPS. As duas legendas, contudo, já oficializaram o apoio ao candidato do PSDB, José Serra. Além disso, o encontro teve a presença de 8 prefeitos do PV, que terá na disputa presidencial a candidata própria Marina Silva. O restante de prefeitos saiu de siglas que compõem a base governista: 17 do PDT, 5 do PSB e 1 do PP.

Durante o discurso, que durou cerca de uma hora, a candidata agradeceu as adesões, sobretudo dos prefeitos que estão filiados a partidos de oposição. "É preciso coragem para colocar o Brasil na frente de outras circunstâncias. Foram faladas palavras politicamente corretas e socialmente comprometidas com a visão de Brasil e desenvolvimento", disse Dilma, sobre os discursos dos prefeitos.

Vice na chapa, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) avaliou que o evento serviu para demonstrar a força da candidatura petista. "Quando o PMDB decidiu fazer essa aliança, eu tinha absoluta convicção de que o Brasil elegeria Dilma", afirmou. "Hoje, formou-se outra convicção: a de que São Paulo vai dar o maior percentual de votos para eleger Dilma. Não podemos ter a menor dúvida disso."

Mais cedo, Dilma negou que tenha fugido de qualquer debate, conforme chegou a afirmar o adversário José Serra - que participou de sabatina na Confederação Nacional da Agricultura (CNA). "Eu não conheço nenhum debate que esteja legal neste momento. Tenho comparecido a todos os debates dentro dos mesmos parâmetros que os demais candidatos estão comparecendo. Nestas eleições, a gente deve evitar factoides que tiram o foco do debate consistente e de programas e propostas concretos de como o país vai conseguir continuar crescendo e distribuindo renda", argumentou Dilma.

A petista também evitou comentar as provocações do deputado Indio da Costa (DEM-RJ), que ontem foi confirmado como vice na chapa de Serra. Pelo Twitter, ele acusou Dilma de fugir do debate. "Não tenho o prazer de conhecer o deputado Indio da Costa. Quanto às demais questões, não vou comentar, porque não é apropriado."

Sobre as críticas de Serra ao Movimento dos Sem Terra (MST), Dilma declarou que o governo do presidente Lula sempre se pautou contra ilegalidades. "Sempre que o MST cometeu ilegalidades, deixamos clarinho que éramos contra. Nunca deixamos de dialogar", disse ela. "Governo que acaba com o diálogo e faz qualquer tipo de repressão porque o movimento está querendo dialogar não está correto." Segundo ela, o problema está na falta de terra e de renda dos produtores. "O que não é possível é uma discussão sobre boné quando está em questão o setor produtivo imenso do país, a agricultura familiar." Na CNA, Serra disse que o MST "põe o boné numa hora e na outra hora tira e esconde numa gaveta" e que o movimento tem como real objetivo promover uma "mudança de natureza revolucionária socialista no Brasil".

(Fernando Taquari | Valor )
Valor -online


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