Por: Pedro da Rocha, do Estadão
23/05/2011
Dupla foi sentenciada a 7 anos e 3 meses de prisão por ameaçar padre com falsas denúncias de pedofilia
SÃO PAULO – O casal que ameaçou o padre Júlio Lancellotti, com denuncias falsas de pedofilia, foi condenado a sete anos e três meses de prisão por extorsão. A sentença foi dada nesta segunda-feira, 23, pelo juiz Eduardo Crescenti Abdalla, da 25ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Conceição Eletério e Anderson Marcos Batista, ex-interno da antiga Febem, hoje Fundação Casa, foram acusados de extorquir dinheiro do padre há quatro anos. Julgados em 2008, foram absolvidos da acusação. A promotoria recorreu da decisão. Em junho do ano passado, a 12.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o recurso e manteve a absolvição.
Segundo a denuncia, Batista e Eletério voltaram a ameaçar, em janeiro deste ano, o padre Júlio Lancellotti de pedofilia, caso ele não desse dinheiro aos dois.
Os acusados negaram a extorsão. Segundo a versão deles, tudo seria uma represália por parte do padre Júlio, que teria oferecido R$ 200 mil a Anderson para dar uma entrevista desmentindo o caso homossexual entre eles. Conceição negou ter telefonado ao sacerdote pedindo-lhe dinheiro.
O padre disse que, logo após a última extorsão, comunicou os fatos à polícia. Em julgamento, os policiais que investigaram o caso confirmaram as informações do padre Júlio.
Conceição, por ter comparecido espontaneamente em juízo, poderá recorrer em liberdade. Anderson, que permaneceu preso durante todo o procedimento e continua em prisão preventiva, teve o pedido negado.
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